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Falando sobre o amor...Parte I


O amor é uma coisa engraçada. Ele nos encontra nas circunstâncias mais incomuns e no momento mais improvável. O amor cai de surpresa em cima de você, joga os braços em sua volta e transforma toda a sua existência.

Aproveito para dizer que o amor raramente surja nos lugares em que esperamos ou tenha a aparência que imaginamos.

Começo este meu relato das façanhas do amor voltando no tempo, precisamente nos meus treze anos, estar apaixonada nesta idade, é como andar nas nuvens, voar e não ter medos e nem limites. Eu tinha treze e ele dezoito... Até então tudo bem, se não fosse, a realidade crua, ele não gostava de mim... E eu achava ao contrário, pois ele era muito atencioso, e qualquer gesto de atenção, já despertava em mim, um algo a mais...Ingenuidade de uma garota de treze anos.

Porém, voltando a realidade crua, meu coração despedaçou quando aquele moço apareceu de mãos dadas com uma outra garota bem na minha frente. O meu mundo tinha acabado naquele instante, até que concluí que nunca iríamos ficar juntos. Ele era muito mais velho que eu, e eu não era boa suficiente para ser amada por ele ou por qualquer outra pessoa. Um verdadeiro drama, senão fosse tão exagerado!

Durante este processo de tirar conclusões, viver e acreditar, também tomei algumas decisões.

Decidi que nunca mais seria machucada pelo amor. Ainda que eu não estivesse muito certa sobre o que me havia ferido em relação ao amor, sabia que nunca mais queria ter uma experiência dos meus treze anos.

Meus amores na adolescência foram praticamente platônicos... Não tinha tempo para pensar em namoros, tinha sempre que colocar os estudos em primeiro lugar...porém aos meus dezessete anos, fui pega de novo, mas como sempre não foi adiante, lá vinha os estudos falando tomando a frente da minha atenção novamente...

Aos vinte e um, o amor me telefonou, saiu comigo umas três vezes e se mudou para minha vida... Ficamos juntos dois anos... Desta vez, o destino falou alto, ele mudou de estado, foi morar longe do meu coração...

Encontrei novamente com o amor, no meu primeiro ano de faculdade, nos meus vinte e cinco anos, passamos os semestres mais felizes da minha vida, mas eu já devia saber que nem tudo eram flores, e mais uma vez, meu jardim encheu-se de ervas daninhas e o amor foi embora...sem explicações, somente foi embora.

Depois de muitas aterrisagens forçadas, percebi que estava em um processo de aprendizagem. Ficou claro que tudo o que eu pensava sobre o amor não tinha nada a ver com ele. Percebi que não conseguia reconhecer o amor, porque, na realidade, nunca tinha o visto.

Descobri que o amor é mais que um sentimento bom. É mais do que se sentir necessária ou ter suas carências atendidas. O amor que descobri, é ficar quieta o suficiente para sentir o que se passa dentro da gente ee então aprender a reconhecer e aceitar o que está sentindo.

Continuo neste processo de aprendizado, continuo tentando acertar e continuo errando, mas não posso desistir...tenho que persisti neste caminho...

Não estou relatando nada de novo para você que está lendo, provavelmente, você já deve ter passado por isso, ou está passando, ou conhece alguém...mas a maioria já passou por isso, claro que em situações diferentes.

Eu sei que este aprendizado é doloroso e avassalador, mas que acontece para ajudar a eliminar as falsas necessidades e tudo o que nos atrapalha no caminho em busca do amor... Meu caminho está sendo traçado todos os dias, assim como minha mente evoluindo e meu coração amadurecendo, continuo amando incondicionalmente, mesmo sabendo que a pessoa ainda não tenha desenvolvido este amadurecimento...


Continua...


Eli Amorim - 15/11/09

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