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Tomei uma decisão. Ou melhor, deixei que o rumo das coisas tomasse a decisão por mim. Limitei-me a deixar ir na maré. A ir com a corrente. Deixei-me ir, para saber onde é que terminava o caminho. Para saber até onde ia o meu caminho. O caminho levou-me até à decisão. Decisão meio que tomada, meio que incógnita.

Tomei uma decisão. E interrogo-me: tomei uma decisão? Quando se tomam decisões têm-se em conta os prós e contras que a decisão possa trazer. Eu não pensei nem nuns, nem noutros. Fui levada pelo vento a ir de encontro à minha decisão. Meio que empurrada pela minha própria ideia de atravessar os meus limites, de saber se sou capaz de ir mais além, de ultrapassar as barreiras que aparecerem na minha frente. Talvez isso, nem sei.

Tomei uma decisão. Ou melhor, a decisão veio já tomada. Totalmente embrulhadinha para eu receber. Como se fosse um presente. Para sorrir mal tivesse tirado o papel colorido. Foi um presente. Uma mistura de sentimentos perdidos e de desejos interrompidos. De sorrisos ininterruptos e de lágrimas contidas. Todas as vantagens têm as suas contrapartidas. Todas as pequenas decisões têm as suas tristezas. A decisão também tem. Tudo tem. E os presentes, mesmo que embrulhados em papéis coloridos, também têm as suas contrapartidas.

Tomei uma decisão. E tomei-a dentro de mim. Disse-a para dentro de mim. Gritei-a à minha alma. Eu vou. Eu quero. Não volto atrás. Não posso voltar atrás. A minha decisão só tem um sentido. Não posso voltar atrás. Não é que eu queira voltar atrás. Sinto-me triste pelas coisas, as pessoas, os pequenos hábitos, os pequenos pormenores que ficam pelo caminho. Que têm de ficar pelo caminho.

Tomei uma decisão. A minha contrapartida é sentir saudades. Sentir-me triste enquanto escrevo estas palavras, sentadinha no meu cantinho.
Tomei uma decisão. E eu sei que ela é irreversível. Só que às vezes esperava que não me custasse tanto. Que não me custasse dizer adeus às pessoas. Que não me custasse deixar de lado hábitos. Que não me custasse tanto tudo.

Tomei uma decisão e às vezes sinto vontade de voltar atrás em tudo. Já sinto saudades. É como todas as outras decisões da vida. Há tempo para tudo. E para nada. No fim, só podemos mesmo sentir saudades.

02/08/09

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