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Meus 30 anos!!!




"Vou procurando por mim, querendo não me encontrar, melhor ser livre assim, do que perdida em algum lugar..."


Fiz 30 anos no último dia 22, confesso que a sensação não foi muito boa, mas analisando a trajetória humana, posso dizer, até sem forçar a barra, que chegar nesta idade já é uma vitória. Sim, porque foram vencidas as inquietudes hormonais da adolescência, as loucuras da fase dos vinte, quando as perspectivas de vida mudam a cada troca de calcinha, e até os primeiros rastros da flacidez e da celulite, porém por mais que nos sentimos vencedoras, sabemos que o jogo já pode até ter começado, mas só a partir de agora os pontos começam a ser contados. E assim abre o placar da crise dos 30, um drama que assola muita gente, inclusive eu, mas que vivida com equilíbrio, pode se converter no pontapé inicial de uma verdadeira e definitiva conquista.

Esta tal crise, no entanto, não é um bicho-de-sete-cabeças. Muito pelo contrário, ela deve ser comparada como um pincher, aquele cachorro magro e pequenininho, metido a valentão, mas que, com um simples passa-fora, recolhe sua personalidade raivosa à sua insignificância física.

Somos pressionadas a casar, ter filhos, ter novas responsabilidades, as perguntas sempre são as mesmas: O que eu estou fazendo da minha vida?, outras vezes precisa ouvir os outros perguntarem "porque ainda não arrumou um emprego estável?" ou "você não vai ter filhos?"., mas isso é natural desta faixa etária, não que todas as mulheres passem por isso, mas muitas chegam a essa idade e têm este comportamento auto-avaliativo.

Lembro de ter lido algumas poucas páginas do livro "A mulher de 30 anos" do escritor Honoré de Balzac, no qual deu origem aquela bendita frase: Mulher Balzaquiana, este livro foi escrito há mais de 150 anos, e tem um trecho que eu adoro, que diz assim:

"Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há uma distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer."

Esse trecho escrito há uns 150 anos , soprou uma brisa de paz e vaidade em meu coração e em meu corpo. Até porque, me sinto muito melhor agora, se já era uma pessoa inconstante, imagina agora que os meus desejos estão mais aflorados e mais enraizados.

Tenho uma leve impressão de que estou muito mais interessante, mais sedutora e mais irresistível do que nos meus vinte e poucos anos, ganhei o ar mais seguro, já sei o que eu quero da vida, de mim mesma, o que eu quero de um homem.

Não tenho mais aquele ar ingênuo que tinha aos meus 20 anos, estou com outros atributos mais encantadores, estou me conhecendo melhor, sou muito mais autêntica, centrada, certeira no trato comigo mesma e com a pessoa que eu quero do meu lado.

Tenho orgulho do meu corpo, apesar que preciso sempre me cuidar, não brigo mais com relação a isso, na verdade não quero brigar, por isso continuarei com as minhas corridas e os meus exercícios... Estou interessada em absorver mais do mundo o que me parecer ser justo e útil, ignorando o que for feio e baixo-astral.

Quero ser é feliz. Se caso a pessoa que for ficar comigo não gostar do meu jeito, que vá procurar outra. Eu quero do meu lado só quem me mereça.

Meu olhar também tem mudado, fica muito mais marcante quando há interesse em ficar, e finjo muito mais indiferença com mais competência quando interesso fingir.

Não sou mais bobinha, continuo muito mais inconstante, meu humor tem variações muito mais afloradas, minha TPM continua me dando trabalho, mas agora sei poupar (exceto quando não quero) a pessoa que estará do meu lado e quem estiver por perto.

Aos 20 anos eu tinha espinhas, agora tenho pintas, que por sinal, são encantadoras trilhas de pintas, que só saberá mesmo onde terminam somente o meu escolhido. Aos 20 eu até podia ser escolhida. Mas, agora aos 30 anos quero escolher, estou mais natural, mais serena, menos ansiosa, menos estabanada, meus lábios estão mais reluzentes, minha saliva muito mais potável, a oleosidade que tinha na pele já não aparece, e sim, uma luminosidade natural.

Tenho o mesmo toque firme e suave, meus pés continuam com uma estética insuperável, estou com certeza mais sexy do que com os meus 20 anos.

Estou também muito mais ousada, claro que com uma consciência absurda sobre isso, o meu ponto forte é a sutileza, não para exibir poder, mas para resolver tudo antes de chegar o ponto de precisar exibi-lo, estou fora de conflitos, mágoas, gente surtada, e afins. Quero gozar da liberdade concedida a mim, quero gozar do simples fato de estar viva e conviver com pessoas que eu amo.

Mas de uma coisa eu tenho certeza: "É precisamente aos 30 anos que o jogo começa a ficar bom."

Eli Amorim.

1 comentários:

Maura Milcharek disse...

Olá Eli!
Realmente é nos 30 que o jogo começa ficar bom porque começamos a diferenciar a diferença entre o amor e paixão. Eu particularmente não gosto da paixão; prefiro o amor sempre. Hoje cheguei na casa dos 50 anos com um vasto conhecimento e acreditando cada vez mais em mim e não nos outros. Em fevereiro/2012 sei vovó pela primeira vez e sei que ficarei muito mais rejuvenescida. Amei seu site. continue escrevendo querida amiga porque o muito precisa de pessoas com sensibilidade... Mil beijos da Maura