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Solidão!!!


Solidão


É estar junto e não conviver

Ilusão de pertencimento pedindo um pouco de atenção.

Solidão é doar-se ao descaso

E ter-se por companhia a falta... uma ausência fria.

Seja de noite ou de dia

Descobrir que não há eco ou reflexo

Em nada que saia de si.

Gestos doces, vontade, desespero ou agressão,

Em tudo a mesma ressonância:

Tudo é nada... tudo é vão.

É estar, sem ter presença,

Ter nos braços vazios, pedintes de abraço e ternura

Nenhuma esperança ou ventura.

É ver estampada na face, a cada dia que passa...

Entalhada e irreversível, a aridez recebida.

É o gesto não refletido, o carinho desdenhado.

Cuidar que está acertando, pisando o caminho errado.

Um amontoado de desencantos apartando a alegria

Entorpecendo a esperança de um dia, felicidade.

É olhar em volta e apalpar a geleira...a sequidão.

É não entender esse exílio e abarrotar-se de culpas

Que possam justificar o castigo, a desilusão.

Merecido esse castigo (só pode ser!)

Culpas criadas para afugentar a insanidade... ao menos explicação!

Inexistentes culpas, talvez, mas olha: tomara que não!

Solidão é não vislumbrar um futuro;

Revirar a mente – passado e presente

Buscando um dia ao menos

Em que tenha se realizado...

Em que tenha sido feliz;

E encontrar ofegante um coração desolado

Ouvindo pasmo, assustado

Um eco que grita insistente:

Meu Deus! O que foi que eu fiz ?
Não sei responder...Nunca soube...