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Meu anti-herói! Dr. Gregory House


Hoje resolvi mudar de assunto, e falar um pouco sobre a minha série mais que preferida, na verdade, eu amoooo!!!

“Dr. House” tem como personagem principal Gregory House, um médico que é muito pouco convencional. Amargo, razinza, desconfiado e presunçoso, é odiado e ao mesmo tempo admirado pelos seus colegas de trabalho. Dá dores de cabeça aos seus superiores e resolve todos os problemas médicos que possam surgir com uma lógica brilhante.

House é uma série de investigação médica, em que o vilão é a doença e o herói é um médico polêmico, irreverente e anti-social que não confia em ninguém, muito menos em seus pacientes. Dr. House formou uma excelente equipe de três médicos, escolhendo apenas os melhores (de acordo com seus critérios pessoais e duvidosos) para diagnosticar doenças em casos misteriosos e já desacreditados.

Somente pacientes em estado crítico são examinados por esse time, sempre disposto a descobrir a causa dos males para salvar vidas, seja através das vias legais ou fazendo uso de métodos pouco tradicionais.

O discurso de House não surpreende porque é inusitado. Incomoda e faz pensar, como deve fazer a arte de verdade, porque está certo mesmo sendo absolutamente insensível, desumano. House funciona porque o mundo policamente correto da mídia que nos cerca é um tédio. House funciona porque o resto foi pasteurizado, é contido, castrado, insosso. House funciona porque apela para a inteligência da realidade, que não se comporta como um folhetim de boas maneiras e embaraços ou um conto de pequenas malvadezas desbaratadas.

A série gira em torno de um misterioso drama médico onde os vilões são as doenças e o herói é um irreverente e controverso médico, Dr. Gregory House, interpretado por Hugh Laurie, que não confia em ninguém, com exceção dos seus pacientes. Gregory (Hugh Laurie, "Stuart Little") é contra o contato com os pacientes e evita até mesmo falar com eles se não for preciso. Lidando com sua constante dor física, ele usa uma bengala que parece acentuar seu comportamento rude e brutalmente honesto. Embora seu comportamento possa ser taxado como anti-social, House é um médico dissidente cuja maneira nada convencional de pensar e instintos certeiros permitem que ele seja respeitado por todos.
Especialista em doenças infecciosas, ele é um médico que adora os desafios da profissão, que ele terá que solucionar para poder salvar vidas. Entre os casos de House estão doenças inexplicáveis que os outros médicos não conseguem solucionar, e ele uniu uma equipe de elite de jovens especialistas médicos para ajudá-lo a solucionar diagnósticos misteriosos.
Com a vida de um paciente em perigo, House fará o que for preciso para correr contra o tempo e solucionar o caso antes que ele tire sua vida, mandando um dos membros de sua equipe ir até a casa de um paciente em busca de pistas e possibilitar que ele utilize um controverso e arriscado tratamento na tentativa de salvar o paciente. Os métodos de House talvez sejam suspeitos, mas seus resultados não.
(Fragmentos retirados de wikipédia e da própria página da série).
Agora vou contar por mim, pois assisto a série desde que começou e sou uma house-maníaca, se assim posso dizer, Gregory House me fascina e me desconcerta. O médico rude, que evita contato com pacientes e que faz de diagnósticos verdadeiras peças de mistério, não poderia existir.
Não porque não existam médicos bons e que salvem vidas com a mesma obstinação de House e de seus dedicados pupilos. House não poderia existir porque esbarraria na primeira esquina do corredor. O Hospital-Escola no qual trabalha não admitiria nem manteria um médico como aquele, por mais brilhante que fosse. Isso porque na Medicina, profissionalismo não se escreve apenas com o P de procedimentos técnicos acertados, de perícia. Mas também com o P de prudência, e House é tudo menos prudente.
Seus métodos são heterodoxos, suas condutas são repreensíveis e suas insubordinações mais desviam do que educam os jovens médicos de sua equipe. Ele não é um bom professor, pelo menos no modelo dos velhos mestres. House não tem paciência, não é repetitivo, e nem se preocupa com isso. Não está lá para ensinar. Alguém poderia completar: está lá para salvar vidas.

Será mesmo? Não tenho esta certeza. House não é do tipo humanitário.
Não é idealista, nem missionário. Pouco ou quase nada lhe interessa. Quando inevitável, atende um ou outro paciente. Mas não porque desrespeite o doente, a dor alheia. Acho que não. House tenta se focar no que interessa.

Quando vê que o paciente não tem nada de efetivamente grave, chacoalha os ombros e saca recomendações tão surpreendentes quanto suas tiradas sarcásticas. House se interessa apenas pelos grandes casos, os mais desafiadores e delicados. Os mais controversos e obscuros. Os mais confusos.

O homem é um cerebral, um investigador de casos clínicos. O conjunto mais complexo e improvável de sintomas chama-lhe a atenção de imediato. Atrai seus dois curiosos olhos azuis. E lá vai mancando até a causa.

Aliás, taí uma metáfora inteligentíssima dos produtores da série de TV: o detetive das moléstias arrasta-se até o agente causador da doença. O médico dá passos tortuosos rumo à sanidade. Assim caminha a humanidade.

De quebra, os produtores colocam um médico fora de série com um defeito físico que o fragiliza diante de seus pares e dos pacientes. Mas que nada. O ponto mais sensível de House é em outra parte, mais acima, no ego. Não é à toa que ele gosta dos grandes casos, afinal se considera um grande craque, e com isso não há tempo a perder.
A cena clássica que se repete é House, apoiado em sua bengala, inclinado em frente a um quadro branco com um pincel atômico na outra mão. Está numa sala de reuniões e os jovens médicos de sua equipe passam a desfilar prováveis causas que explicariam aquele estranho comportamento do paciente. House vai descartando um a um. Os diagnósticos se liquefazem, derramam-se diante do mestre. Nada passa de teatro. Parece que House já sabe desde o início.

Há muitas vidas a salvar e doenças as mais absurdas a se esconder atrás de falsos diagnósticos, de leituras equivocadas de raios x, de efeitos colaterais que se travestem de sintomas.

House, embora não queira, ensina muito. A quem o acompanha no cotidiano clínico e a quem assiste a sua performance. Aprendemos que sempre os males têm início em coisas miúdas, microscópicas, invisíveis. Lembre-se: House é um infectologista, e todas as suas respostas apontarão vírus, fungos, bactérias ou coisinhas desse tamanho. Parece o óbvio, mas não é. Na vida, é assim também. Os grandes problemas não são causados por grandes agentes, mas por coisas periféricas, aparentemente sem importância. Nossos maiores impasses começam com picuinhas, com coisinhas mal resolvidas que teimamos em jogar para baixo do tapete.

House ensina ainda que as coisas não são resultados de algo isolado, mas que há uma combinação de fatores. Assim, não é apenas o vírus W3 que provoca a doença, mas a predisposição genética do paciente, e seu comportamento desregrado, associados ainda a um fator do acaso que teria desencadeado toda a seqüência. De novo, na vida, é assim. Não é a gota d´água que transbordou o copo a mais importante. Outras mais possibilitaram aquele estado de coisas, e outros aspectos contribuíram para que deixassem a torneira suficientemente aberta.

House ensina, apronta um monte e faz com que às vezes, a gente ame odiá-lo. Ele manipula os mais jovens, chega a torturar pacientes para que dêem consentimentos a certas tarefas, ignora o risco e parece querer brincar de Deus a todo momento. E com a vida alheia. São raras as vezes que erra. Sua intuição ou persistência, ou sandice, não falham.


Mas House não poderia existir na realidade. Não iria longe, como já foi este post. O Conselho Federal de Medicina cassaria seu registro. O conselho do hospital o demitiria. Aí, House iria claudicando até outro seriado. Não chegaria a Lost, pois é muito longe. Talvez se aproximasse de E.R., mas seu ego não passaria da porta. Em C.S.I., nada o atrairia: lá, as pessoas já morreram, e o desafio é outro. Possivelmente, House observasse Monk de longe, vendo nele uma boa oportunidade de clinicar. Mas desistiria em dois minutos: ninguém poderia ser mais esquisito e cheio de manias que ele…

Segundo os preceitos do Dr. House: “Nobody change…and everybody lies” (Ninguém muda…e todos mentem). Isso serve pra mim e para outras pessoas.
Ela vai ser sempre infantil, ele sempre vai ser desleixado, ela sempre vai ser ansiosa, ele sempre vai ser egoísta, ela sempre vai se atrasar. Eles nunca mudarão e eu sempre vou mentir pra mim mesma, tentando acreditar que sim. Eles sabem que não vou mudar e sempre vão mentir, ressaltando minhas qualidades numa tentativa de encobrir o feio. Todos fingem que enganam e todos fingem que acreditam.


Mas o que ninguém imaginava encontrar nesse confessionário virtual é algum pensamento positivo. Aqui está.

Posso ser intransigente e orgulhosa, mas posso, com essa vontade de participar de coisas boas, ensacar essa austeridade em momentos decisivos e engolir o orgulho feito sapo em delicadas situações que podem render felicidades futuras. É o caso de fazer rir pra poder rir.

Sei que eles não mudam, mas com essas ligações positiva de ambos os lados, ela pode ter uma epifania madura, ele pode ser mais caprichoso, ela pode esperar um pouco mais, ele pode ceder, ela pode chegar na hora certa, com o olhar certo e o jeitinho certo, o sorriso certo e as palavras certas.
Eli Amorim.

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