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TPM ou seria Todos os Problemas Misturados???

Cerca de 85% das mulheres sofrem com os sintomas físicos e emocionais da TPM e podem não saber. E eu faço parte desta estatística, esta minha semana está uma piração total, estou irritada e sem ânimo para algumas coisas, a danada da TPM me pegou e olha que não é fácil, "Tô puta mesmo", viu rs!

Achei uma crônica muito pertinente da jornalista Rosana Hermann, neste exato momento só quero sumir...rsrsrs!!!



PANELA DE PRESSÃO



Por Rosana Hermann



A gente sabe quando a coisa está começando, ninguém precisa avisar. O calendário serve só pra confirmar o óbvio porque os sintomas surgem antes no corpo: a respiração dilata as narinas, o coração acelera, os olhos se aprontam para lançar pequenos dardos e a garganta prenuncia uma vontade de rosnar para quem nos contraria.

Mesmo num dia lindo de sol, em questão de segundos, o tempo fecha, as nuvens de irritação se adensam e antes que a mão alcance o pote de margarina no café da manhã você já olhará para a faca pensando em todas as outras possibilidades de uso que ela pode oferecer além de espalhar coisas no pão. Vai começar a TPM e sua horripilante transformação.

Existem muitas analogias que poderiam descrever com precisão literária a aproximação e instalação da TPM numa mulher em idade fértil e sexualmente ativa, analogias essas que podem ser emprestadas de todas as áreas do conhecimento humano.

O processo pode ser comparado a um furacão atravessando a Flórida, um tsunami varrendo a Ásia ou qualquer uma das sete pragas do Egito, incluindo a minha favorita, a nuvem de gafanhotos. Valeriam também as cenas históricas das ocupações napoleônicas, as obras faraônicas ou o movimento das placas tectônicas. Todas essas imagens e rimas, porém, remetem a coisas que acontecem do lado de fora, a céu aberto. E é aí que está a falha das figuras de linguagem.

A TPM não é um esporte ao ar livre mas uma luta indoor. É como se, do nada, dois lutadores de sumô ensandecidos assumissem o controle do seu corpo tentando arrastar seu cérebro para fora do pequeno círculo da sanidade mental, geralmente, com muito sucesso. Apesar de todos os esforços poéticos para encontrar descrições épicas para essa descompensação horrorosa que acomete as fêmeas do mundo inteiro aos milhões, existe uma imagem caseira que cumpre sua função de ilustrar a TPM com mais gabarito: a panela de pressão.

No começo tudo parece normal. A coisa começa devagar. A panela ainda está fria, a água em seu estado fundamental, o apito sem função. À medida que o tempo vai passando e o fogo vai persistindo, as primeiras bolhinhas de fervura começam a dar o ar da graça. A tampa vai grudando na borrachinha, a panela começa a suar, o apito ensaia suas primeiras sambadinhas.

E a coisa vai num crescendo... e aumentando a pressão... a água começa a ferver... o apito sai cantando... A partir deste momento, nem é preciso investir no fogo. Mesmo abaixando a chama a mulher já pegou fervura e aí, nem peão de festa de boiadeiro segura. A panela de pressão já está a mil. Daí pra frente só tem duas saídas: ou alguém libera o apito pra extravasar o vapor da ira ou é certo que vai ter explosão com direito a tempestade de feijão.

E o pior: qualquer pessoa, qualquer motivo, qualquer detalhe pode reacender a chama e reiniciar o processo. Realmente, é fogo. Mulher de TPM transpira, transborda, extrapola, extravasa. Tudo é over, super, hiper, ultra, mega dramático e conflitante. Os sentimentos são servidos ao mesmo tempo e todos juntos, como num grande e louco buffet de emoções doces e salgadas.

Os desejos se confundem com os medos e o nexo se decompõe diante da insegurança. Você tem fome de doce mas todos os bolos são recheados de culpa. A gramática abre mão de suas regras para que você possa conjugar os verbos rir e chorar simultaneamente. Todos os detalhes podem se transformar em estopins, de forma tal que uma unha lascada adquira o poder de detonar um surto psicótico alucinante ou uma briga de morte infernal com o zelador do prédio.

Ninguém sabe exatamente pra que serve a TPM. Talvez não sirva pra nada. Ou talvez seja intencional, um método obtuso de controle da população, já que nesse período além de não querer fazer sexo algumas mulheres também tem vontade de enviar o parceiro numa viagem à Marte, só de ida.

Talvez seja só um defeito de fábrica. Um pequeno probleminha na costela de Adão, um simples capricho da Criação. Não sei qual a exata explicação. Só sei que tem dias que a gente sente que nossa existência é pouca panela pra suportar tanta pressão.

1 comentários:

Cristi@ne disse...

Bom dia amigaa...amei o teu post...afff...esta semana está sendo a minha...mas que coisa, como definir isto??? pq que nem a gente se entende??? Misericórdia Deus!!!!
bjinhos carinhosos linda